“Existence” é uma composição de lançamento do artista Marcus Maeder que compõe o trabalho “Progeny“, de 2015.
Como pesquisador associado ao Instituto de Computação Musical e Tecnologia de Som da Universidade de Artes de Zurique, Marcus Maeder passou vários anos trabalhando na sonificação de dados científicos. Sua pesquisa abrange o uso de dados para o controle de sons inaudíveis aos seres humanos, com a finalidade de estudar processos na natureza. O aprofundamento de sua investigação, fez com que Maeder levantasse indagações artísticas fundamentais como: Quando uma obra de arte ou música fornece novas ou diferentes percepções sobre o mundo ao nosso redor? Como construímos seu conteúdo epistêmico? Em outras palavras, quando um artista descreve um processo ou fenômeno na natureza em forma de música, ou simula imagens através da composição sonora, qual o alcance da obra de arte? A música, puramente artística em sua abordagem, é capaz de lançar nova dimensão, associativa e emocional, sobre as teorias da ciência, aplicando isomorficamente, certos aspetos das visões científicas?
Neste projeto, Maeder produziu dez peças, tentativas de associações artísticas de conceitos vinculados a Biologia Teórica, em particular a Teoria dos Sistemas Vivos. Longe de fugir do rótulo de “música ambiente”, sua origem se posiciona expressamente nos campos da Poética Ambiental e da Estética Ambiental, conforme delineado pelo filósofo americano Timothy Morton. A Poética Ambiental desenvolve especulações sobre a natureza que transcendem nossas limitações conceituais e ideológicas de percepção, remodelando assim nosso ambiente: aqui, a arte é vista como um ato heurístico que envolve a contraposição de imagens e sons de alteridade, por um lado, e perspectivas ideológicas sobre a natureza, por outro.